sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Um porto para o futuro

Um porto para o futuro
Publicado em 07.11.2008

O Porto de Suape chega aos 30 anos em obras. São mais de 11 projetos em andamento atualmente entre os públicos e os bancados pelas grandes empresas (ver arte). O local se transformou no maior pólo de atração de investimentos privados do Nordeste. E essas obras marcam o início de um novo ciclo de desenvolvimento no Estado, com empreendimentos que vão trazer a diversificação na indústria pernambucana.
Os empreendimentos estruturadores que estão se instalando no Porto de Suape (a refinaria de petróleo, o estaleiro e a Petroquímica Suape) vão demandar investimentos de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 12,6 bilhões pelo câmbio de ontem) que devem ser empregados até 2010.

O maior investimento que está sendo implantado em Suape é a Refinaria Abreu e Lima, que custará cerca de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 8,2 bilhões) e deverá entrar em operação no segundo semestre de 2010. O empreendimento vai introduzir Pernambuco num dos setores que mais crescem no mundo, o do petróleo.

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) tem quatro contratos fechados (para fornecer 10 navios, uma plataforma de petróleo, dois superpetroleiros e quatro embarcações aframax) no valor de US$ 2 bilhões. O empreendimento está sendo construído e, numa parte dele, a produção já foi iniciada. Ele também deverá ter um cais próprio.

A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado tenha um crescimento de 50% quando os empreendimentos estruturadores em implantação em Suape começarem a funcionar. “É uma perspectiva animadora”, diz o presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho, que também é secretário de Desenvolvimento Econômico.

“No plano político, considero o Porto de Suape uma vitória por ter passado por vários governos num Estado onde a política tem uma grande polarização”, diz a economista Tânia Bacelar, ex-secretária da Fazenda no segundo governo Arraes.

Nos últimos 14 anos, Suape foi apontado como prioridade pelas administrações estaduais, mas nem sempre isso resultou em recursos e em obras para melhorar a sua infra-estrutura.

O porto interno de Suape passou 21 anos para ser concluído, o que só ocorreu em 1999. Ele foi fundamental para atrair novas cargas ao complexo, que até então movimentava principalmente combustíveis, pois a sua área de atracação era restrita ao píer de granéis líquidos.

Atualmente, os combustíveis correspondem a 50% de tudo que passa por Suape. Na década de 90, os combustíveis representavam mais de 90% da movimentação.

Suape fez a sua expansão baseada num plano diretor elaborado em 1979. O trabalho apontou diretrizes que até hoje são seguidas por várias administrações – inclusive a atual. Na época, o plano reservou um espaço para a implantação de uma refinaria e uma siderúrgica. Essa última está sendo negociada pelo governo do Estado com a Companhia Siderúrgica Nacional.

Ainda dentro do plano diretor, o complexo conservou 45% do seu território verde, o que também passou a ser um diferencial na atração de investimentos privados. “O Porto de Suape foi um dos determinantes para que a refinaria ficasse em Pernambuco, porque ele fez com que o Estado oferecesse uma melhor condição logística e é um porto de águas profundas, o que também é importante”, disse o gerente industrial da Refinaria Abreu e Lima, João de Aquino.

FONTE: http://jc.uol.com.br/jornal/2008/11/07/not_306623.php, acessado em 07/11/2008.

Nenhum comentário: