Publicado em 04.02.2009
A Brava, nova empresa de Fred Arruda no Porto Digital, iniciou desenvolvimento de solução que visa permitir o uso de telefone por surdos, sem necessidade de um intermediador
Tatiana Ferraz
tferraz@jc.com.br
Depois do anúncio, na semana passada, da formação de tradutores da língua brasileira de sinais (libras) no primeiro curso técnico do tipo ministrado pelo poder público no Estado, outra novidade surge no Estado para tentar facilitar a comunicação entre ouvintes e pessoas com deficiência auditiva. A empresa de tecnologia Brava, que integra o Porto Digital, iniciou o desenvolvimento de uma solução que visa permitir o uso de telefone por surdos, sem necessidade de um intermediador.
A novidade foi batizada de Fone Fácil. Através dela, um surdo pode ligar para o telefone fixo ou móvel de um ouvinte a partir de um smartphone, que deve ser desenvolvido por operadoras. No outro sentido, o ouvinte pode ligar para o surdo a partir de um aparelho convencional. “O falante vai ligar para o Fone Fácil e a ligação vai cair em um atendimento eletrônico. Aí o telefone do surdo deve ser identificado e a ligação segue para ele. A mensagem falada é então convertida para texto. Já os surdos vão escrever em uma espécie de chat e a mensagem será convertida em voz”, explicou o diretor executivo da Brava e gerente do novo projeto, Fred Arruda.
Segundo ele, atualmente as soluções de telefonia voltadas aos surdos exigem a participação de uma pessoa como intermediadora. A novidade da Brava é permitir essa comunicação com o uso apenas de tecnologia.
A Brava ficará responsável pelo desenvolvimento do software que vai rodar no smartphone e pelo gerenciamento do servidor de suporte da comunicação. Já o aparelho em si deve ser produzido por operadoras de telefonia. A previsão é que o produto chegue ao mercado em 2010 e atinja seis milhões de usuários.
O professor de libras Deyvison Lima, deficiente auditivo, recebeu a novidade com alegria, mas cauteloso. “É importante a união entre surdos e ouvintes. Espero que a nova solução ajude nessa integração, mas não sei como, pois poucos surdos sabem ler.”
Ainda assim, a novidade pode facilitar a vida de pessoas como a auxiliar de produção Ana Carolina Pimentel, 25 anos, que demonstra vontade de poder se comunicar por telefone. “É ruim enviar mensagem de celular. Mais fácil ligar. Mas para os surdos é difícil. Eu tenho vontade de usar o telefone, mas como?”, questiona.
Segundo Arruda, uma consultora de linguística vai dar apoio à empresa, já que surdos e ouvintes se comunicam de formas diferentes, inclusive na escrita. O projeto para desenvolvimento do Fone Fácil foi aprovado no fim do ano passado pela Finep, que disponibilizará R$ 1,5 milhão. A entidade fará uma visita técnica à Brava e, na próxima semana, deve ser assinado o contrato para que o dinheiro seja liberado. “Nosso objetivo é dar autonomia a pessoas e dispositivos através de inovação tecnológica”, destacou Arruda.
A Brava existe formalmente desde 2007, mas apenas em janeiro deste ano, com a contratação do novo gestor, iniciou efetivamente as atividades. O quadro de pessoal da empresa ainda está sendo montado.
FONTE: http://jc.uol.com.br/jornal/2009/02/04/not_318179.php, acessado em 22/02/2009.
Que oportunidades você consegue identificar nas matérias abaixo em Pernambuco?
domingo, 22 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Disputa acirrada por terrenos em Suape
Publicado em 13.02.2009
Duas casas foram incendiadas dentro do território do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Moradores da comunidade apontam integrantes da segurança da estatal como responsáveis pelo ato
A diretoria do Complexo de Suape precisa acelerar a ordenação das moradias em seu território para evitar que o maior polo de atração de investimentos do Nordeste também fique conhecido como um barril de pólvora. Na última quarta-feira, duas casas foram incendiadas no Engenho Serraria (localizado dentro das terras de Suape, no município do Cabo de Santo Agostinho). Moradores da comunidade, acusam cinco homens que integram a vigilância de Suape de terem provocado o incêndio. Os donos das residências prestaram queixa-crime na delegacia do município.
O presidente da Associação dos Agricultores de Serraria, José Luiz dos Santos, diz que a comunidade abriga 600 famílias e reclama da demora no andamento do Projeto Morador (coordenado pela Companhia Estadual de Habitação e Obras), que vai regularizar as habitações em Suape. Hoje, pelo menos 10 mil pessoas habitam o território do complexo.
“Essas famílias que tiveram suas casas incendiadas estão morando na casa de parentes”, conta José Luiz. O incêndio aconteceu por volta do meio-dia e nenhum dos nove integrantes das duas famílias estavam nas residências. A diretoria de Suape confirma que na quarta-feira, a vigilância de Suape esteve em Serraria e fez a notificação de construções irregulares no local.
“Estamos contando com o apoio da Polícia Civil na investigação do caso. A orientação do governo tem sido tratar as comunidades com respeito e jamais agir com violência. Mas é verdade que temos intensificado a fiscalização, porque não vamos contribuir para a criação de uma indústria da invasão. Não queremos que Suape vire uma espécie de Serra Pelada, onde todo mundo quer ter um pedaço de terra para depois pedir indenização”, enfatiza o superintendente de Gestão Fundiária e Patrimonial de Suape, Inaldo Campelo.
Antes de encerrar seu mandato, o ex-governador José Mendonça Filho deixou uma lei que desapropriava uma área em Suape em favor da Cehab para realizar o Projeto Morador. A iniciativa abrangeria as comunidades de Suape, Tiriri, Vila Claudete e Massangana. O projeto está atrasado. Em dois anos do governo Eduardo Campos, sequer foi concluído o diagnóstico das moradias. A Cehab chegou a contratar a consultoria para realizar o levantamento, mas o presidente da companhia, Amaro João, diz que a demora foi motivada pela complexidade do projeto. Campelo adianta que na próxima semana esse diagnóstico será apresentado e afirma que também será discutida a possibilidade de Suape fazer parte do projeto de 500 mil moradias anunciado recentemente pelo governo federal.
FONTE: http://jc.uol.com.br/jornal/2009/02/13/not_319343.php
Duas casas foram incendiadas dentro do território do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Moradores da comunidade apontam integrantes da segurança da estatal como responsáveis pelo ato
A diretoria do Complexo de Suape precisa acelerar a ordenação das moradias em seu território para evitar que o maior polo de atração de investimentos do Nordeste também fique conhecido como um barril de pólvora. Na última quarta-feira, duas casas foram incendiadas no Engenho Serraria (localizado dentro das terras de Suape, no município do Cabo de Santo Agostinho). Moradores da comunidade, acusam cinco homens que integram a vigilância de Suape de terem provocado o incêndio. Os donos das residências prestaram queixa-crime na delegacia do município.
O presidente da Associação dos Agricultores de Serraria, José Luiz dos Santos, diz que a comunidade abriga 600 famílias e reclama da demora no andamento do Projeto Morador (coordenado pela Companhia Estadual de Habitação e Obras), que vai regularizar as habitações em Suape. Hoje, pelo menos 10 mil pessoas habitam o território do complexo.
“Essas famílias que tiveram suas casas incendiadas estão morando na casa de parentes”, conta José Luiz. O incêndio aconteceu por volta do meio-dia e nenhum dos nove integrantes das duas famílias estavam nas residências. A diretoria de Suape confirma que na quarta-feira, a vigilância de Suape esteve em Serraria e fez a notificação de construções irregulares no local.
“Estamos contando com o apoio da Polícia Civil na investigação do caso. A orientação do governo tem sido tratar as comunidades com respeito e jamais agir com violência. Mas é verdade que temos intensificado a fiscalização, porque não vamos contribuir para a criação de uma indústria da invasão. Não queremos que Suape vire uma espécie de Serra Pelada, onde todo mundo quer ter um pedaço de terra para depois pedir indenização”, enfatiza o superintendente de Gestão Fundiária e Patrimonial de Suape, Inaldo Campelo.
Antes de encerrar seu mandato, o ex-governador José Mendonça Filho deixou uma lei que desapropriava uma área em Suape em favor da Cehab para realizar o Projeto Morador. A iniciativa abrangeria as comunidades de Suape, Tiriri, Vila Claudete e Massangana. O projeto está atrasado. Em dois anos do governo Eduardo Campos, sequer foi concluído o diagnóstico das moradias. A Cehab chegou a contratar a consultoria para realizar o levantamento, mas o presidente da companhia, Amaro João, diz que a demora foi motivada pela complexidade do projeto. Campelo adianta que na próxima semana esse diagnóstico será apresentado e afirma que também será discutida a possibilidade de Suape fazer parte do projeto de 500 mil moradias anunciado recentemente pelo governo federal.
FONTE: http://jc.uol.com.br/jornal/2009/02/13/not_319343.php
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